Comunidades Terapêuticas
A superintendente de Políticas Públicas e Prevenção às Drogas, Rita Vidal, também explica que além do acompanhamento aos usuários dos equipamentos da Assistência Social, a Prefeitura de Cabo Frio também realiza um trabalho em parceria com 16 comunidades terapêuticas em torno do município.
“Nestes centros de recuperação nós realizamos um acompanhamento com os internos em grupos com o acompanhamento de dois psicoterapeutas. Nesses encontros desenvolvemos rodas de conversa como forma inicial de interação e exercícios lúdicos psicossociais”, contou.
O psicanalista e coordenador da Superintendência, Roberto Rocha, explica que uma das atividades desenvolvidas é um exercício lúdico chamado “Pedra de Tropeço”.
“Muitos dependentes têm uma resistência em falar sobre os sentimentos, e eles são o caminho para chegar aos gatilhos mentais que levam à drogadição. A escolha da pedra como objeto principal do experimento representa como muitos deles se sentem na vida dos entes queridos ou na sociedade, como um fardo a ser carregado, uma pedra de tropeço”, explicou.
A dinâmica inicia com uma anamnese em grupo com a apresentação da equipe e uma introdução com variados temas sobre a dependência química e suas fases, como a negação, abstinência, isolamento social, depressão, comorbidades (doenças derivadas do uso excessivo de drogas), entre outros temas.
Durante a roda de conversa, a pedra circula entre os participantes com uma interrupção a cada três minutos, dando a oportunidade da fala para quem estiver segurando o objeto. Se o interno estiver à vontade, responderá a pergunta “o que mais te incomoda”? De acordo com o psicoterapeuta, a verbalização dos sentimentos é um passo importante no início do processo de cura.
“O dependente químico é como uma criança, ele não sabe lidar com os próprios sentimentos. Por isso, experiências como esta são muito importantes para iniciar uma interação em grupo e para que as barreiras emocionais comecem a se dissipar”, contou.
A psicóloga Shirley Serpa costuma finalizar o encontro com uma motivação aos assistidos destacando a força interior como a energia que o indivíduo precisa para a sua reintegração.
“Eles precisam conhecer a sua força interior, porque ela será o catalisador da mudança de cada um”, explicou a psicóloga.
Por Ascom PMCF
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