Foto: Joédson Alvez/Agência Brasil |
De acordo com dados recentes divulgados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o endividamento das famílias brasileiras registrou um aumento significativo em março. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), 78,1% das famílias afirmaram ter dívidas a vencer, representando um aumento de 0,2 ponto percentual (p.p.) em relação ao mês anterior.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, apontou que as condições favoráveis de juros têm contribuído para uma maior demanda por crédito, especialmente o parcelado. Essa tendência reflete-se no crescimento do percentual de consumidores considerados "muito endividados", que registrou um aumento de 0,1 p.p., interrompendo a queda contínua dos últimos quatro meses. Por outro lado, o número de famílias consideradas "pouco endividadas" cresceu em 0,2 p.p.
A pesquisa também revelou um aumento na quantidade de famílias com dívidas atrasadas, que alcançou 28,6% das famílias em março, representando um acréscimo de 0,5 p.p. em relação ao período anterior. No entanto, o indicador permaneceu abaixo do registrado em março de 2023 (29,4%).
Um destaque importante é o crescimento do endividamento entre as famílias de baixa renda (até 3 salários mínimos), que impulsionaram o índice de endividamento no mês, alcançando 79,7%. Além disso, houve um aumento das dívidas em atraso nesse grupo, com um acréscimo de 0,6 p.p. em relação ao mês anterior.
O cartão de crédito foi a modalidade mais utilizada, representando 86,9% dos endividados no mês, seguido pelo crédito pessoal, que registrou o maior crescimento. Financiamentos imobiliários e de carro também apresentaram aumento no volume de endividados.
Esses dados refletem os desafios enfrentados pelas famílias brasileiras no contexto econômico atual, marcado por um aumento do endividamento e da inadimplência, especialmente entre os grupos de menor renda.
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